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Os olhares falam as palavras que a boca não pronuncia, talvez esse seja afinal o nosso sentido mais apurado.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A carta dela

Minha querida, 

Escrevo-te na certeza de serem as palavras, depois do Amor, o melhor que a ti posso dar.
Escrevo-te na pressa de contar o mundo, com o medo de quem sabe que pode não chegar primeiro.
E antes que me demore: amei-te antes de te conhecer. Acho que com o álibi de seres o prolongamento de quem amo como a ti. 
Ninguém te vai dizer, que sei que é na leveza que te farão crescer, mas espero que sejas o coração grande do teu Pai e a assertividade da tua Mãe.
Espero que te sujes. Que ouses muito, como se por cada fim descobrisses um novo começo. 
Que te haja sempre mais uma tentativa por pleno propósito. Mas que sejas a resiliência do bom humor quando já não a houver.
Que encontres no equilíbrio das coisas necessárias, espaço para o que de bom, é acessório.
Que andes num passo que permita aos olhos sorver todas as histórias que a vida te vai dando.
E se um dia tropeçares no maldizer alheio, espero que ofereças em troca a liberdade do que és, de alma sacudida. Transparente. De quem está ao serviço da paixão e da verdade.
Que não tenhas medo de ser grande à luz das tuas escolhas. Que te entregues à vida de forma resolvida e que nela colhas mais do que desejas.
Que neste mundo sejas esfuziante por direito.
Dona de si, antes de o seres de outra coisa.
Mas sobretudo, que todos os dias te estejam subordinados ao Amor. Que seja ele o princípio de tudo. E que o aprendas a receber. A dar. Que seja infinito. O Amor.

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