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Os olhares falam as palavras que a boca não pronuncia, talvez esse seja afinal o nosso sentido mais apurado.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

365


Quando um ano se resolve a ser melhor do que aquilo que previa, apura-se, e nada fica por lhe cobrar nas horas que lhe antecedem o fecho - não se lhe mexe nos temperos. 
Só é preciso dar o dia, ao dia. Deixá-lo ser.
Não esperar mais do muito que já nos deu; por ter sido em cada momento, melhor que a encomenda.
E, pessoalmente, apesar de ser mais de conquistas que de desejos, gasto o meu único para que naquela meia-noite comece o melhor, que o melhor.
Mas mesmo que se atrase, um ano faz-se sempre a tempo. 

sábado, 14 de dezembro de 2013

Life is about december


Gostava que o calendário fosse cheio de Dezembro. Dezembro 1, Dezembro 2, Dezembro 3, Dezembro 7, Dezembros. Doze.
É nele que vejo o frio ser mais quente, o amargo mais doce, o longe mais perto, o ir mais ficar, o pouco mais muito.
Nunca sei os dias do mês, mas conheço-lhe a chegada pela alma que só estas vésperas sabem trazer, pela vontade que se passeia pelas ruas, pelas mãos que se dão mais. E identifico-o pelas medidas; é mais cheio de tudo.
Em Dezembro as pessoas desnudam-se. E aprecio, aprecio francamente quando as pessoas se coordenam de norte a sul - pertencem-se mais.
 Mas nas horas, nas outras, a vida apetece-se também mais dos filhós da avó inebriados com as histórias do avô, do bacalhau da madrinha acompanhado das meninices do primo e do padrinho, do bolo rei de compra da mãe garfado com as cartadas com o pai.
 É disto que o mundo - digo, as pessoas - precisam mais; de dias que se bastem a si próprios, apanhados no meio de um tornado que traga, à pele, o coração.
Ao Natal, chamo-lhe Amor, por julgar que, por todos os dias, Amor lhe somos.

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"Na minha opinião existem dois tipos de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar."