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Os olhares falam as palavras que a boca não pronuncia, talvez esse seja afinal o nosso sentido mais apurado.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Tudo o que hoje preciso realmente de saber, aprendi no jardim de infância.

Quando perguntares a uma criança o que é que ela pensa da vida, ela responde com mais do que lhe é exigido saber.

1. Partilhar tudo;
2. Jogar dentro das regras;
3. Não bater nos outros;
4. Colocar as coisas de volta onde se tirou;
5. Arrumar a bagunça;
6. Não mexer nas coisas dos outros;
7. Pedir desculpa quando magoar alguém;
8. Lavar as mãos antes de comer;
9. Sorrir para estranhos;
10. Bolachas quentinhas e leite fazem bem à saúde;
11. Respeitar o limite dos outros;
12. Levar uma vida equilibrada: aprender um pouco, pensar um pouco, desenhar, pintar, cantar, dançar, brincar, trabalhar um pouco;
13. Dormir a sesta <=> Dormir sobre o assunto;
14. Dar a mão e ficar junto.
15. Reparar nas maravilhas da vida;
16. O peixinho dourado, o hamster, o Snoppy e até mesmo a tartaruga morrem, por isso, nós também.

"O importante é aproveitar o momento e aprender a sua duração, pois a vida está nos olhos de quem souber ver."

O silêncio arrepia.

Existem muitas fronteiras entre a Lua e o Sol.
Honestamente, perdi a vontade de trespassá-las.
É simples perceber porquê; nem todas as fases da Lua me agradam.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

The only exception.

É assim que estarei, sempre atrás de ti.

Rodopios.

Ontem estávamos por aqui, cada uma em seu sofá, no habitual zapping madrugada dentro à espera que o sono chegasse. Entre 70 canais diferentes, parámos na MTV numa música nova dos Black Eyed Peas (can't remember the name) e tive uma súbita vontade de dançar. Uma súbita vontade de passar uma noite inteira perdida na música, deixando o corpo ir e embriagar-se numa surdez que agora tem tudo de saudável. Fui dormir a pensar nisto. Nas vezes que fiz da surdez, da dança, dos copos, da diversão, uma anestesia. Tornei-me numb por vontade, abracei a apatia como uma velha amiga, sem ponderar o quanto me poderia corroer a alma. E foi o que fez. Comeu-me por dentro enquanto eu insistia em encher os buracos que ela criava com mais copos, mais noites, mais barulho, mais pessoas, mais tentações. A verdade é que a dimensão dos buracos negros que me abarcavam o dentro eram impossíveis de preencher, mas eu insistia. Pisava os pedaços de espelho partido que me pavimentavam o chão, sangrava e fingia que não sentia. E era mentira. Sentia. Nas noites escuras em que o silêncio me inundava sentia e bem. Não tinha vontade de recomeçar e deixava que a ausência de querer me esbofeteasse uma e outra vez.

Breathe.


Nunca me empurraste enquanto andava de baloiço. Nunca rebolaste comigo na relva.
Nunca chegámos a ver juntos o pôr-do-sol ou o seu nascer.
Nunca me viste dançar, nem mesmo cantar.

E ainda assim foi suficiente. Sabes porquê ?
Por foi amor.

Until it disappeared.

- Então não o amas mais ?
- Parece que sim, parece que não. Não sei. Mas guardei tudo num cofre e tranquei-o. Esqueci-me da senha. Não porque quis. Foi preciso.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Cause it's hot inside isn't that enough?

E quando tu acreditas que sabes tudo, eu posso chegar e apagar-te as certezas.
Nunca saberás se os enganados são os sentidos ou os sentimentos.
Se viaja o comboio ou a nossa vontade.
Se quem nos espera é quem nos deve esperar, nem sequer quem temos de aguardar.
Não sabemos nada, aceitas agora?
Avançamos às cegas e duvidamos se isto que se parece com alegria é só o sinal definitivo de que nos voltámos a enganar.
Mas depois sentimos a loucura a vestir de repente o nosso corpo, e a tomar várias formas.
E páro - volto a acender-te relâmpagos no pensamento.
Gosto de te perguntar se quando tudo parece perfeito se pode ir mais além.
Gosto de te desencantar essa vida que julgas ser só uma.
E isto de haver sempre ainda mais uma maneira para tudo?
Só esta loucura é capaz de transformar o mundo tantas vezes quantas sejam necessárias.
Mas depois tu falas, e dizes - Só tu és capaz de fazer com que tenham razão todas estas loucuras, e tantas que hão-de viver juntas connosco.
E não é que me ensinas que só dou asas a quem mas vier buscar?

Saber ser grande, é crescer por dentro.

Nunca soube escrever para ti.
Não consigo. Não o sei.
Abriu-se um clarão no quarto, mas tento escondê-lo atrás das costas enquanto os meus braços delineiam o este e o oeste - não o quero, não o posso olhar de frente como já o fiz.
Isto sou eu a tentar não ceder, bem sabes.
Mas ainda assim, prefiro responder com um silêncio diagonal às perguntas daquelas paisagens maduras, e a tantos porquês que te ficam apenas na garganta.
Preferi dizer-te adeus de uma ou de outra forma - é a forma mais sensata do meu sorriso te ser franco, sem opacidades, compreendes isso?

Young girl.

A felicidade é o segredo para a beleza. Não beleza que seja atraente sem felicidade.

I need to travel.


Talvez tenhamos que deixar realmente um lugar para sentir a falta. E, talvez seja por isso que, ao viajar, se descobre como amado foi o ponto de partida.

If I wish upon a star, I hope that's where you are.

Agarra o teu mundo.
Acende os lugares onde se escondem os teus sentidos.
E não tenhas medo.
Se às vezes falhares, o que importa é o caminho que fica, entre perdidos e achados.

FOTO-GRAFIA.




Transformar olhares em fotografias, é transformar momentos em recordações, é sintetizar saudades a partir de emoções.

No other way than this.

Não procures lá fora, as respostas que encontras cá dentro.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sea & Sky.

" I believe we write our own stories and each time we think we know the end - we don’t. Perhaps luck exists somewhere between the world of planning, the world of chance, and in peace that comes from knowing that you just can’t know it all. You know, life’s funny that way. Once you let go of the wheel, you might end up right where you belong."

Enquanto houver estrada pra andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada pra andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar.

Jorge Palma

Good thing.

Quando a vida te dá o melhor que tem, não há mais nada que possas pedir.

Há mistérios que o próprio mundo, não resolve.


O que mais gosto nesta coisa que é a vida, é a imprevisibilidade de cada dia, de cada opção, de cada escolha, de cada sim ou de cada não. Da certeza de que por cada porta que se fecha, se abre uma janela. Da imensidão dos dias que não deixamos passar em vão, da plenitude das horas que enchemos de tudo o que mais queremos, e essencialmente, de tudo o que para nós faz sentido.

Para mim, todos os finais (*)


(*) acabam assim.

domingo, 16 de janeiro de 2011

É essa droga de amor, que me faz viver - you and you, yours.

Sempre se viciou depressa, nas coisas mais simples e nas mais complexas, e sempre foi acrescentando vícios, cada vez mais perigosos.
O último adicionado - ‘PESSOAS’. Não engorda como os chocolates, não dá ressaca como o álcool e não provoca cancro como o tabaco, mas, como todos eles penetra tão dentro do corpo que toca na alma.
E como sabe bem esse toque, sabe a tudo, ao doce do chocolate, ao delírio do álcool e ao quente do tabaco. E como qualquer outro vício pede doses maiores, com intervalos menores, e aí, aí vêem os segundos de prazer quando for feita uma viagem pelos momentos em que o vício se apoderava do corpo.

A todos, uma saudade intérmina.

Querem saber mais que o possível, se não existe? É criado.
São virtudes incondicionais.
Deixem-me ir, é a minha única condição.
Quero sugar o ar fresco, e se algum dia lá estiverem para ver - que vão estar - vejam para além daquilo que desejam e esperam ver.
Percebam que partir deste lugar não será um acto de cobardia mas sim uma enorme vénia à liberdade.

" Eu sou dji ninguém, eu sou dji todo o mundo e todo o mundo é meu também. "


Faz rastos no chão, indo e vindo numa busca por qualquer saída.
Ela gosta de fazer rastos, enquanto samba - daquele jeito engraçado que a música a puxa para dentro da roda; o corpo rodopia enquanto a alma arrepia e a risada de tão solta, é larga.
Larga a vida dela em forma de mar.
Azul do céu.
Abraça um céu dia e noite.
É solar-luar-estelar.
Leva um girassol para o mundo e preserva uma lucidez extraviada pelo tempo.
Gosta do que sorri e olha para o céu quando conta coisas que não quer saber.
Chama de vida tudo o que não se limita.
Voa atrás do feio fazendo samba pra deixá-lo bonito.
Isto tudo ela aprendeu com o defeito.
Só ela escuta uma música que a faz rodopiar de um jeito que é o que o coração pede.
Isto é o que ela chama de vida, apesar de dizer - o não saber.

Rúbrica, Não me contes o fim - Sexo sem Compromisso.



Maggie possui um espírito livre e sedutor, que não deixa nada, inclusivé um grande desafio pessoal, prendê-la. Mas encontra o seu espelho em Jamie Randall, cujo incansável e quase infalível charme, o serve bem com as mulheres e também no complicado mundo de vendas de produtos farmacêuticos. A evolução da relação de Maggie e Jamie apanha-os de surpresa e quando se dão conta já se encontram sob a influência da maior das drogas: o amor.

Hoje, apeteceu-me dar-te música.



Tu falas porque podes, mas quem for ouvir o que tu dizes percebe como que noutra língua - e isso, não é poder falar. É pensar que se pode, porque afinal, ninguém ouve.

Adopção.

Sim, infelizmente há mães e pais que não o sabem ser, assim como há pessoas que só o são de nome e alma.

Mas o género pouco ou nada importa, é uma questão de humanidade... ou da falta dela.

Mas não custa tentar, pois não?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Segura o olhar, chegamos sempre ao sítio onde nos esperam.

"Levou tempo para que eu percebesse que quem presta muita atenção no que é dito não consegue escutar o essencial. O essencial encontra-se fora das palavras."

E tu sabes disso, não sabes?

Quem sabe.

Vou-me sentar aqui, respirar até doer
as coisas possíveis nunca reais,
aprender, nó a nó, como te soltas,

sábado, 8 de janeiro de 2011

Vida na Parede.

" Eu e tu, Lisboa. Eu feito de praças, avenidas, becos, escadinhas e tu, feita de esperança, de olhos a brilhar. Às vezes quase acredito que és demasiado nova para mim, mas, depois, falas-me que aprendeste e tenho de abraçar-te. Talvez assim nos misturemos mais ainda. "
José Luís Peixoto

Start.

Conselhos.

Mantém-te atrás da faixa amarela, não chegues muito perto.
Não invadas os meus mistérios, não te atrites com o meu passado.
Não tentes entender nada.
É proíbido tocar no sagrada de cada um.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Pautas.


Se souberes tocar num piano, não há sítio algum onde não consigas tocar com leveza.
O piano ensina-te como deslizar a voz, o toque e acima de tudo, mostra-te que as pequenas coisas, te sobem pela alma.

O cristal também parte.

A Disney é que lixou isto tudo, com as suas cândidas versões cinematográficas dos contos dos irmãos Grimm. A 'Gata Borralheira', 'Branca de Neve' e 'Bela Adormecida'. Destruiu o Amor limando-o. Não é suposto o Amor passar no teste do algodão. O Amor quer-se sujo, cheio de saliva, suor e toda a espécie possível e imaginária de secreções corporais. Nunca vi um Amor a sério nascer nas nuvens, com passarinhos a cantar e príncipes tão machistas que se acham no direito de fazer uma festa com todas as mulheres da terra para depois escolher uma. Nunca vi um Amor a sério nascer de toques entre mãos desinfectadas e leves beijos sem alma nas bochechas. Nunca vi um Amor a sério nascer entre duas pessoas que se falam sem nervo, sem discussões pontuais, e outra vez sem alma. Um Amor a sério começa com uma garrafa de vinho ou umas cervejas, uma cama desfeita ou um sofá partido, uns lábios presos e uma língua enrolada, e por fim uns sons em que nos confundimos com animais. E depois sujidade, muita sujidade.


in, Não compreendo as Mulheres

All.


"É do prazer da luta que se retira o combustível.
Desconstrói-se para a seguir se fazer melhor.
Sopra-se as cartas do castelo, porque se sabe que se pode erguê-lo ainda mais forte.
Ainda assim, lembra-te que alguns corações NÃO podem ser domados, MAS podem escolher descansar ao lado de outro coração da mesma raça."


Everything.

Há dias em que é importante sabermos onde começamos nós, e onde acaba o mundo.


Não acabam, simplesmente. - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc2AKjS_j28IpWq-p-uLk3WnxwEDNx-bpEQBhKbm7COsO6voprMAYrwdGvkHdiUFoaOosqz-HSMnUpC93zCiu0JNqCpsU73hYS6sIx1Rn2HETVgObAp-4Y3ip5ySZmvuVX73Pm3qHvn_F4/s1600/tumblr_ldqchnP77w1qbkn65o1_500.gif

Sinto que o caminho, é por aqui.

"Há uma altura em que deixamos de ser poetas. Não por falta de inspiração ou preguiça, mas por haver palavras a mais a serem escritas e pouco espaço livre no universo no meio de tanto desespero por algo profundo. Todos passamos por lá, uns mais tarde que outros: a altura de dar sentido ao percurso. E se o percurso não tem sentido, inventa-se! Há uma altura em que todos querem ser poetas, há uma altura em que temos que deixar o barulho serenar."

Tiago Bettencourt e Mantha

# Desejo. 1 - 2011

Faz com que o sorriso resista a todos os contra-tempos que o tempo tem.