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Os olhares falam as palavras que a boca não pronuncia, talvez esse seja afinal o nosso sentido mais apurado.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pai, também tem um M.

Quando chega a hora de falar de ti, só me apetece cantar. Mas tu nunca saberás porquê. - (Ou estás a ouvir-me?)
Tal como a música, também tu me corres nas veias, fazes parte de cada milímetro da minha pele.
É dessa forma - que sempre que em mim saudas - te encontro.
Começo a examinar minuciosamente os traços das minhas mãos, e revejo-te quando me olho ao espelho - RODEIO-ME DE TI.
Recordo-me dos teus olhos a mirarem os meus, recordo-me do teu assobio, e de todas as frases sem sentido, que hoje percebo.

Sinto-me a tua eterna 'Catarina', com todo o poder que advém do significado que lhe atribuias.

Quando me falam em loucuras, nunca lhe sabem medir o grau.

- Se eu dissesse que abraçava um vazio que ninguém vê, a não sermos nós, chamavas-me louca? - Vê, estou a ser louca agora.
- Sabes que te estou a sentir aqui?
- Toca-me no coração.
- Passa a mão pelo meu cabelo.
- Limpa-me esta lágrima.
- Já está?
- Agora podes ficar aqui comigo para sempre. Para mim, o para sempre só existe em relação a TI.
- Repara - sempre, é intemporal. Não tem passado, presente nem futuro. É isto que é ser eterno?
- Espera, não vás mais um ano, faz-me falta dizer-te à 4 anos o quanto te amo, Pai.

6 de Agosto

domingo, 18 de julho de 2010

Força cega.


As provas de fogo chegaram ao fim, por enquanto.

Tenho a certeza de que " Venha o que viver, nunca será maior do que a minha alma. "

Fernando Pessoa

Porque, é preciso ter força para ganhar uma guerra, mas é preciso ainda mais coragem, para se render a ela.

sábado, 17 de julho de 2010

Eloquências do faro.

Perante as leis que regem a natureza - aquilo que te comanda o destino - o significado de selvagem, é mais inesperado, é mais incompatível.
Liberdade passa a ser sinónimo de pouco, e o desejo deixa de ter nome.
É neste ponto que a garra, em demasia, fica puramente descontrolada.
E é aqui, que vais deixar entenderem o teu segredo olhando-o de frente.

Ser selvagem, é ser relativo, indefinido, é ser um perigo onde não há chão.

Ou gostavas de ser selvagem de uma só maneira?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Rúbrica. Não me contes o Fim - MY SISTER'S KEEPER.



Uma obra de uma simplicidade comovente,
com grandes e extraordionárias pequenas actrizes.

Rúbrica. d'Um outro Lado.











Expressividades.


For everybody.


open mind


As asas bateram no tecto.
Já não há espaço.
Já não há um céu infinito a alcançar.

Não sei o que fazer com elas - Se as devo cortar para caber cá dentro, ou deixá-las crescer ainda mais.

Sei que as fizeste brotar, e isso, eu agradeço-te do fundo do coração.

domingo, 11 de julho de 2010

stay, today and tomorow.

Talvez nunca tenhas notado mas não me destaco propositadamente.
Aliás, se me deixarem, sou a mais calada, rabiscando no canto da sala, remoendo os meus versos de poetisa de algibeira. Todas as respostas que trago na ponta da língua foram pensadas em longas e ilusórias insónias, envoltas em filosofias embaladas. Penso demasiado sem nunca chegar a profundas conclusões, mas uma quota parte do meu devaneio é dedicado ao mundo e a tudo o que o move.
As pessoas, sempre as pessoas.
São elas que me empurram e me fazem pensar?
A ideia de que uma acção provoca necessariamente uma reacção, por exemplo. Será? Há tanta coisa que cai no vazio, sem incitar a nada. E inevitavelmente deparo-me com o que me dizem que move o Mundo: o Amor.
Não há promessas de Amor falsas? Ou o Amor é sempre verdadeiro até deixar de o ser?
Penso muito nisto - das pessoas e dos quereres, e é-me díficil compreender os medos.
O meu silêncio passa por lá, pela ausência dos medos. O meu gargalhar também. E é por isso que sorrio, de joelhos esfolados, gastos pela Vida.
Ganhei cicatrizes e vou continuar a coleccioná-las porque, em cada olhar distraído, relembro todas as vidas que se cruzaram com a minha.
Das vezes que amei e de todas as outras em que não soube ser veículo de algo melhor.
Se me deixarem fico quieta no meu canto, sem dar nas vistas, evitando as luzes da ribalta. Trago o cabelo desalinhado, em meneios de bailarina, e nos olhos a melodia de apetites insaciáveis composto em mãos de outrém.
Mas se o Amor me chamar para dançar...
Bem, aí peço desculpa mas nunca lhe neguei uma dança.

Constatação.


Moro em muitos lugares, para além desta casa de quatro paredes.
E há casas que me têm feito falta.

Até eu querer.

Se perguntarem por mim, digam que voei.