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Os olhares falam as palavras que a boca não pronuncia, talvez esse seja afinal o nosso sentido mais apurado.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

D'um

Há relacionamentos em que o amor é uma sentença de morte.
Subsistem a pagar-se em moedas diferentes e, nessa cobardia, fingem receber o mesmo troco.
Chamo-lhe desamor por não dar lucro.
Tem o prejuízo a morar, constantemente, na submissão de uma vontade pela do outro, no sonho que se torna outro por medo de se perder o que a ninguém pertence, na mentira de agrado que custa cada verdade do que se é.
Não há nenhum amor que respire no egoísmo de quem pinta o quadro à sua maneira, como quem se esquece que é o amor o único propósito.
É como um dominó - aguentam aqueles que nunca deixam cair a primeira peça. Porque há respeito por uma identidade para além da sua.
E ganha-se; quando duas verdades convivem sem esforço, quando não deixam de existir dois depois de se saberem um.
 Ganha-se tanto.