.

Os olhares falam as palavras que a boca não pronuncia, talvez esse seja afinal o nosso sentido mais apurado.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Pior que te perderes algures dentro de mim, é perderes-te de ti.

Despes-me com as palavras que guardas por detrás dos teus olhos. Não chego a perceber se as conheces bem ou se as afastas por um medo antigo qualquer, mas não preciso de ouvir a tua boca para sentir. Dela, emanas os seus ecos frágeis e brilhos infinitos, num rasto húmido, num toque de mãos demoradas, que deixam velas acesas pelo corpo quando te vais.
Mas não me toca mais.
AGORA, só espero
que a música nunca me abandone. Que as imagens fervilhem cores, nunca vistas, e guardem cheiros. Que dancem com ela. Que levitem sentimentos à flor da pele, sem nunca os questionar ou deixar cair. Que gestos e silêncios consigam falar alto. Que os dias pareçam pequenos e as noites frágeis. Que as mãos tenham carícias e força para lutar. Que ecoem sorrisos e se recordem algumas lágrimas.
Que se aprenda sempre e ensine algo.
Que acabe de repente, sem estar à espera.
Quando tiver de ser.
Quando o destino chamar.

Sem comentários:

Enviar um comentário