Amar-te  nunca foi difícil. Resistir-te, isso sim, foi uma tarefa complicada.  Amar-te não. Nem quando vinhas com demasiada bagagem que remexíamos com  cuidado. Tinhas a mala aberta, no chão do quarto, e éramos duas crianças  encantadas com as maravilhas que de lá saiam. Eu sabia mais de ti e tu  lias mais de mim, no meu ar de espanto e olhos lacrimejantes. Havia  tesouros que de teus passaram a nossos e houve mundos  que se criaram, ali, naquele quarto transbordante de cores e cheiro de  infância. Muitas vezes quis que me contasses a tua história e demasiadas  vezes tive que adivinhá-la no teu semblante fechado. A proximidade das  almofadas, em jeito de submissão, denunciavam o quanto nos queríamos e  tu ali, tão próximo, a dois dedos de mim, era mais do que alguma vez  pedira. Gabavas-me os lábios que palminhavas com os teus e sentia na  pele como os nossos cheiros se misturavam, num perfume delicado,  impossível de reter. Foste o meu melhor amor e um dia, quando as  crianças me pedirem histórias felizes, é de ti que falarei. De ti e do  teu olhar rasgado, de peixes verde-mar, de como contigo era sempre  Verão, mesmo quando a chuva quebrava contra o vidro da janela fechada. E  elas compreenderão que a saudade é um doce caminhar, quando se escolher  o Amor como caminho..
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Ajuda a crescer.
Amar-te  nunca foi difícil. Resistir-te, isso sim, foi uma tarefa complicada.  Amar-te não. Nem quando vinhas com demasiada bagagem que remexíamos com  cuidado. Tinhas a mala aberta, no chão do quarto, e éramos duas crianças  encantadas com as maravilhas que de lá saiam. Eu sabia mais de ti e tu  lias mais de mim, no meu ar de espanto e olhos lacrimejantes. Havia  tesouros que de teus passaram a nossos e houve mundos  que se criaram, ali, naquele quarto transbordante de cores e cheiro de  infância. Muitas vezes quis que me contasses a tua história e demasiadas  vezes tive que adivinhá-la no teu semblante fechado. A proximidade das  almofadas, em jeito de submissão, denunciavam o quanto nos queríamos e  tu ali, tão próximo, a dois dedos de mim, era mais do que alguma vez  pedira. Gabavas-me os lábios que palminhavas com os teus e sentia na  pele como os nossos cheiros se misturavam, num perfume delicado,  impossível de reter. Foste o meu melhor amor e um dia, quando as  crianças me pedirem histórias felizes, é de ti que falarei. De ti e do  teu olhar rasgado, de peixes verde-mar, de como contigo era sempre  Verão, mesmo quando a chuva quebrava contra o vidro da janela fechada. E  elas compreenderão que a saudade é um doce caminhar, quando se escolher  o Amor como caminho.
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