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Os olhares falam as palavras que a boca não pronuncia, talvez esse seja afinal o nosso sentido mais apurado.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

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Tenho pessoas de escrita difícil. Fazem-me o texto complicado.
Evito escrevê-las porque as palavras, que nelas se centram por inteiro, tornam-se ingratas por nunca ressalvarem de cada uma o suficiente, por nunca poderem ser a representação fiel daquilo que genuinamente são.
Nunca lhes sei se, do início, lhes poderia traçar o fim.
Fujo de escrevê-las. Por considerar que são em essência mais ricas do que aquilo em que as poderei compactar, com um espírito mais sagaz do que lhes poderei dar.
Gosto de sabê-las e de adivinhá-las, porque me condensam sempre que me acrescentam.
Na verdade, não gosto de escrevê-las porque gosto de reservá-las. E é por me permitirem esse egoísmo, de quem tem e não quer partilhar, que gosto tanto delas.
Mas, acima de tudo, por deixarem alguns dos meus defeitos render.

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