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Os olhares falam as palavras que a boca não pronuncia, talvez esse seja afinal o nosso sentido mais apurado.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Desenlace

O tempo sabe as respostas, mas também a hora certa de dizê-las.

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  2. Eu sabia que havia um lado assim na Realidade: leve, breve, suave, feminino.
    Eu sabia que nem tudo é negro.
    Eu sabia que esse lado existia.
    Não sabia era onde estava.

    Parabéns pelo seu blog. Só é pena ser anónimo. Mas tenho a certeza de que é uma mulher que o escreve.
    Melhor dizendo, uma Mulher.

    Quanto ao desenlace... por vezes demora tempo, há nós muito difíceis e outras vezes somos nós que somos difíceis. Mas com paciência, ousadia, amor ao Futuro e muito jeitinho, consegue-se sempre.

    José Pina

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  3. Agradeço antes de mais, o feedback positivo do comentário aqui deixado.
    Embora não revele qualquer tipo de identificação, assumi desde sempre este lugar, inteiramente meu.
    De facto, sou uma mulher a tentar ser A Mulher.

    Na maior parte das vezes, os desenlaces têm um difícil desenrolar e nem sempre os nós se desatam. Talvez seja este o caso em que depois do nó, fiquem as pontas soltas - quem sabe; um dia.

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  4. Sim, quem sabe...
    Mas permita-me que a cite, reformulando as suas belas palavras:
    talvez o tempo saiba a resposta e a hora certa para a queda das máscaras. E para as pontas ficarem soltas.
    Pode ser que essas pontas soltas sirvam para o Homem puxar a Mulher para si e a abraçar.

    José Pina

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  5. Por vezes os desenlaces são abraços inadiáveis.

    NÃO POSSO ADIAR O AMOR

    Não posso adiar o amor para outro século
    não posso
    ainda que o grito sufoque na garganta
    ainda que o ódio estale e crepite e arda
    sob montanhas cinzentas
    e montanhas cinzentas

    Não posso adiar este abraço
    que é uma arma de dois gumes
    amor e ódio

    Não posso adiar
    ainda que a noite pese séculos sobre as costas
    e a aurora indecisa demore
    não posso adiar para outro século a minha vida
    nem o meu amor
    nem o meu grito de libertação

    Não posso adiar o coração

    António Ramos Rosa
    in "Viagem Através de uma Nebulosa"

    José Pina

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  6. Há abraços que deixam de ter o nosso tamanho. Porquê, ainda não descobri.

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  7. Sim, há.
    Também ainda não descobri porquê.
    Mas sei que vou descobrir quando der um desses abraços.
    Ou talvez não descubra o porquê e, em vez disso, sinta o "para quê".
    Por vezes o porquê revela-se no "para quê".
    Quando as pontas se desenlaçarem e ficarem soltas, direi à "abraçada":
    "Não perguntes porquê, abraça-me, abraça-me de corpo e alma."

    Reza a lenda que esses são abraços únicos, demoram anos a preparar e valem uma vida.

    José Pina

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