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Os olhares falam as palavras que a boca não pronuncia, talvez esse seja afinal o nosso sentido mais apurado.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Olhar toldado

Fracos, não são só aqueles que não correm à frente do que ambicionam, nem tão pouco aqueles que desistem pela mais pequena finta de percurso.
Não são só aqueles que refugiam o corpo nos ilícitos alucinogénios ou nas drogas fatais.
São também os que não resistem a manipulações, ao estratégico "encostar de parede" e que, por isso, entregam a vontade própria a não-sabem-quem.
Fracos são aqueles que falam de boca fechada, porque lhes tomam as palavras.
Alguns, tornam-se logo em não-sei-o-quê, quando acreditam nos ludíbrios que lhes vendem e, se lhes é oferecida a verdade, perdem particulares sentidos: não ficam surdos, mas não querem ouvir; e não deixam de ver, apenas não abrem os olhos.
Ainda não percebi quem é mais digno de pena; se aquele que ajuda alguém a perder-se ou aquele que se deixa perder.

1 comentário:

  1. Talvez sejam os três dignos de pena: o que nunca se encontrou nem se encontrará e ajuda alguém a perder-se, o que se deixa perder por acreditar na miragem e o que, já perdido há muito e de máscara para não se ver ao espelho, comenta julgando-se superior...

    Bom domingo.

    Álvaro Reis Caeiro

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