.

Os olhares falam as palavras que a boca não pronuncia, talvez esse seja afinal o nosso sentido mais apurado.

sábado, 13 de agosto de 2011

5

Asseguravas que eu seria assim mesmo, demasiado opaca, apta a fazer da linguagem um enigma. E eu ficava a olhar-te, numa tentativa de desmistificar esse teu código morse.
Talvez fosse esse o teu desafio para comigo: o teu jeito inconcebível de ser, a forma imperceptível de te esconderes.
Aprendi tanto enquanto te observava, sabes?
Esgotava exaustivamente os segundos a pensar no que verbalizavas, e no meio de incontáveis frases vazias para os meus ouvidos, aparentemente desprovidas de conteúdo, descobri finalmente, que em cada uma delas, havia sempre, metade de mim, e metade de mim em ti.

Sem comentários:

Enviar um comentário