Suspeito impreterivelmente dos que não têm sobre algo uma fome em atraso. Daquelas para anteontem, sabes?
De quem não perde o fôlego de tanto desejar isto ou aquilo porque não se deixa consumir até à última gota.
Não gosto de pessoas que não morrem na exaustão de tanto querer. Das que têm uma paixão à dose.
É que a única forma de nos pertencermos por inteiro é a escolher pelo que morrer. Como quem dita a própria sentença.
Hoje, mas também ontem, e em tantos outros dias que tu e eu sabemos contar, não sei o que é sair de casa sem correr. Saem-me sempre 5 minutos mais cedo.
Mas somos felizes assim. A correr em contra-relógio. A ver quem verga.
Sim, não morro de amores por uma só coisa. Mas é por isto que a felicidade existe em vários tamanhos.