Escrever sobre ti é correr de memória em memória.
Para qualquer direcção que olhe, vejo as tardes de Verão em que entrelaçava a minha mão na tua, por todas as ruas desta cidade, os gelados que me compravas e deixava derreter, as noites que enquanto a outros se contavam histórias, eu jogava cartas - contigo.
Mas és mais que isso.
És o livro do Principezinho que me ofereceste, és as mãos quentes que incondicionalmente aqueciam as minhas, tão gélidas.
Há poucos meses atrás, ouvi: "Ele não via mais nada, sem ser ela" - foi aí que recuperei as horas que insististe em tirar-me as rodas da bicicleta, numa tentativa de incutir o medo em não cair.
Às vezes ainda espero o teu assobio sempre que a porta de casa se abre, ou olhar para a janela e encontrar numa sombra, A Tua Sombra.
E quando vejo as fotografias de 1992, pergunto pelas visitas surpresa que me fazias a casa da Avó, que me levavam a saltar-te para o colo, despentear-te, apertar-te as bochechas e puxar-te o bigode.
Tenho presente a confiança indubitável que sempre depositaste em mim, quando dela cheguei a duvidar.
Naquela altura, fizeste-me uma desportiva nata, com as tardes de hóquei, de futebol e de tantas outras provas em que me sentei a teu lado para ver.
Apaguei da memória o teu número de telemóvel, quando me levaste o último abraço e no dia em que a tua lapiseira desapareceu, desapareci para voltar com ela.
Mesmo que a vida me tenha mudado os sentidos, sei que não me perdi - não podia ter melhor bússola, Tu.
Para qualquer direcção que olhe, vejo as tardes de Verão em que entrelaçava a minha mão na tua, por todas as ruas desta cidade, os gelados que me compravas e deixava derreter, as noites que enquanto a outros se contavam histórias, eu jogava cartas - contigo.
Mas és mais que isso.
És o livro do Principezinho que me ofereceste, és as mãos quentes que incondicionalmente aqueciam as minhas, tão gélidas.
Há poucos meses atrás, ouvi: "Ele não via mais nada, sem ser ela" - foi aí que recuperei as horas que insististe em tirar-me as rodas da bicicleta, numa tentativa de incutir o medo em não cair.
Às vezes ainda espero o teu assobio sempre que a porta de casa se abre, ou olhar para a janela e encontrar numa sombra, A Tua Sombra.
E quando vejo as fotografias de 1992, pergunto pelas visitas surpresa que me fazias a casa da Avó, que me levavam a saltar-te para o colo, despentear-te, apertar-te as bochechas e puxar-te o bigode.
Tenho presente a confiança indubitável que sempre depositaste em mim, quando dela cheguei a duvidar.
Naquela altura, fizeste-me uma desportiva nata, com as tardes de hóquei, de futebol e de tantas outras provas em que me sentei a teu lado para ver.
Apaguei da memória o teu número de telemóvel, quando me levaste o último abraço e no dia em que a tua lapiseira desapareceu, desapareci para voltar com ela.
Mesmo que a vida me tenha mudado os sentidos, sei que não me perdi - não podia ter melhor bússola, Tu.